quinta-feira, 29 de setembro de 2011

GEO PIBID

Hoje começamos uma nova etapa para o PIBID Geografia, este espaço é destinado para todos os alunos, professores e para aqueles que estiverem interessados em contribuir para uma jornada de conhecimentos geográficos.  

No post a seguir iremos conhecer um pouco de um dos projetos desenvolvidos na Escola Francisco Ivo.

LABORATÓRIO DE GEOASTRONOMIA E MINI ESTAÇÃO METEOROLÓGICA: Técnicas didáticas que buscam o melhoramento do aprendizado do aluno.


 INTRODUÇÃO

Através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID e em parcerias com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN e Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grade do Norte – Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, foi aplicado um questionário com o objetivo de diagnosticar o perfil do aluno e suas dificuldades, quanto à disciplina de geografia, física, matemárica e química. Com esse resultado constatou-se a necessidade de aulas mais dinâmicas e práticas, bem como identificar novas estratégias de ensino que pudessem subsidiar estudantes e professores para uma melhor qualidade de ensino aprendizagem na instituição.
Diante desse contexto, foi elaborada uma proposta de criação de um Laboratório de Geoastronomia e uma Mini Estação Meteorológica, com intuito de dispor de mais uma ferramenta, didático metodológica objetivando superar essas dificuldades teóricas com a vivência na prática.
Sendo assim, julgou-se relevante o desenvolvimento dessa proposta, tendo em vista a escola já desenvolver um Projeto de Astronomia, possuir um espaço físico adequado para o laboratório e para a instalação da Mini-Estação Meteorológica (figura1), apenas necessitando da construção de abrigos para os equipamentos; entretanto, existe um outro fator positivo que uma parte dos instrumentos serão construídos a partir de materiais reciclados e pelos estudantes em oficinas especificas e os demais serão adquiridos no mercado.
Dentre as ações propostas pelo projeto pode-se evidenciar que será mais um espaço que poderá atender não só os estudantes da Escola Francisco Ivo, mas também outras Escolas, para aulas de campo.

LABORATÓRIO DE GEOASTRONOMIA E MINI ESTAÇÃO METEOROLÓGICA: Técnicas didáticas que buscam o melhoramento do aprendizado do aluno.

1.      CONTEÚDO do desenvolvimento

Tendo em vista o contexto político e econômico em que se encontra o país nas ultimas décadas, bem como o avanço tecnológico, a substituição de mão-de-obra, o sistema educacional deficitário tem refletido diretamente na população; aliados a falta de uma vivência entre a teoria e a visualização e manuseio dos instrumentos ligados a prática pedagógica tem refletido negativamente no aprendizado.
Nessa perspectiva é necessário que se busquem alternativas visando um melhor preparo para o aluno da escola pública, na tentativa de se mostrar os fatos mais próximos possível da realidade, atendendo ao eixo norteador dos Parâmetros Curriculares da contextualização. Uma das formas é a integração e aproximação dos conteúdos com a prática, para que o estudante possa desenvolver suas competências visando melhorar as operações mentais estruturadas em rede, que mobilizadas permitam a incorporação de novos conhecimentos e as habilidades que vão decorrer dessas competências adquiridas e referem-se aos planos de saberem fazer, buscando a formação de cidadão critico e com visão de mundo que lhe permita participar ativamente da sociedade em que vive, “cidadão pensante”.
Diante desses fatos propõe-se a criação de um Laboratório de Geoastronomia e uma Mini-estação Meteorológica, em parceria com o Projeto de Astronomia (já existente na Escola), que pretende inserir o ensino de astronomia na formação de estudantes e professores, a partir de material reciclado e/ou de baixo custo objetivando despertar no estudante um interesse maior pela docência ou até mesmo na sua vida profissional.
A proposta é de interferência junto aos educadores e estudantes, principalmente os de geografia, física, matemática e química no sentido de contribuir para formação mais adequada, tão necessária a um desenvolvimento pleno e compartilhado, com destaque para sua vivencia na vida prática.
Sendo assim, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte, pretende construir uma Mini Estação Meteorológica que será situada num espaço dentro da Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, bairro Dix-Sept Rosado – Natal, RN. Composta de um cercado meteorológico contendo abrigos para os instrumentos e uma pequena torre dentro deste mesmo espaço. Em termos geográficos, a Estação encontra-se dentro da escola com um marco correspondente à latitude 5º 48’ 18,2” Sul, longitude 35º 13’ 36,8” Oeste e altitude de 50m com relação ao nível do mar.
A estação tem o objetivo de, além de coletar os dados da atmosfera, tratar e disseminar suas observações de superfície, e de se colocar a disposição para visitas de estudantes de toda a faixa etária, o Laboratório e a Mini Estação Meteorológica, onde terão a oportunidade de vivenciar na prática os conceitos geográficos, astronômicos, meteorológicos, estatísticos e físicos, que ainda servirão de suporte para o planejamento dessas aulas, através da elaboração de cursos, palestras, construção de material didático em uma linguagem acessível (livros, pôster, vídeos, slides, preparação de atividades prática para o estudante, maquetes, aula de campo), aproveitamento de notícias recentes da mídia e de fenômenos astronômicos, criação de um espaço na internet para o auxilio de estudantes e professores, bem como a divulgação em um jornal informativo, visitas ao planetário e observatório; contextualização da astronomia e informações sobre o Programa Espacial Brasileiro.

LABORATÓRIO DE GEOASTRONOMIA E MINI ESTAÇÃO METEOROLÓGICA: Técnicas didáticas que buscam o melhoramento do aprendizado do aluno.


III – Fundamentação Teórica:
O clima influencia o homem de diversas maneiras, e o homem influencia o clima através de suas várias atividades. Até recentemente a ênfase maior residia no controle que o clima exercia sobre o homem e suas atividades. Com o aumento populacional e o aumento das capacidades tecnológicas/científicas da humanidade, percebeu-se que o homem pode influenciar e de fato tem influenciado o clima, apesar dessa ação, ser feita principalmente numa escala mundial, nacional e local. No entanto, nota-se que uma poluição emitida no ambiente em um determinado lugar, ira afetar, por exemplo, as geleiras no Pólo Norte.
Segundo Ayoade (2002), o clima talvez seja o mais importante componente do ambiente natural, pois ele afeta os processos geomorfológicos, da formação dos solos e até o crescimento e desenvolvimento das plantas. Além disso, contribuiu para as principais bases para a vida da humanidade, como a água originada da precipitação, o ar que respiramos obtido na atmosfera e o alimento que tem sua origem na fotossíntese.
Por esta razão, os efeitos maléficos, tais como enchentes, secas, tempestades, vendavais, devem ser controlados antes de serem vistos como fatos inevitáveis. O planejamento dos recursos climáticos envolve o uso racional dos efeitos benéficos do tempo e do clima e a prevenção, eliminação e minimização dos efeitos maléficos.
Diante do exposto acima, sustenta Vianello (1991, p.268) que:
Para a consecução dos estudos diagnósticos e prognósticos da atmosfera, tornam-se indispensáveis a instalação e a operação de um sistema global de observações meteorológicas. Tal sistema, de modo ideal, deverá estar apto a promover a exploração global da atmosfera, tanto a superfície quanto nos níveis superiores, além de realizar medições em intervalos de tempo suficientemente curtos para permitir o monitoramento da origem e do desenvolvimento dos fenômenos meteorológicos. Pelas dimensões e heterogeneidade do Globo Terrestre, logo se percebe o alto grau de dificuldades que tal tarefa envolve. Por outro lado, monitorar e prever o tempo e uma necessidade vital para o homem.
A meteorologia não é uma ciência nova, ela existe desde os primórdios da humanidade, mas tal ciência só teve um cunho científico quando se iniciaram os primeiros estudos nesse campo, os quais foram desenvolvidos pelos filósofos, tendo como precursor Aristóteles, que a partir de suas análises dos ventos, da chuva, do raio, do trovão e do orvalho, escreveu um livro intitulado Meteorologia, que significava “conhecimento das coisas acima de Terra”. Mais adiante, no período Renascentista, Leonardo da Vinci inventou um dos primeiros instrumentos, um tipo simples de higrômetro, que se tratava basicamente de uma balancinha de dois pratos, havendo um deles um chumaço de algodão e, no outro, um objeto qualquer que mantinha o equilíbrio.  A medida que o algodão absorvia a umidade do ar, tornava-se mais pesado e desequilibrava a balança. Por conseguinte Galileu inventa o primeiro termômetro, através da observação de que quente e frio eram muito relativos, variando de pessoa para pessoa. Nessa mesma época, Torricele, discípulo de Galileu, cria o barômetro, no intuito de medir a pressão atmosférica. Em seguida Francis Beaufort, um marinheiro, estuda o vento, através do efeito que o mesmo causava nas velas de seu barco, foi assim que criou uma escala chamada “escala de Beauford”, a qual é utilizada até os tempos atuais. Nesse mesmo período, um americano chamado Espy, estudou a chuva e as tempestades, a partir de suas observações e de outros dados obtidos através de uma carta circular enviada a pessoas de diversas partes do país. Provavelmente tenha sido ele o primeiro a montar uma estação meteorológica no quintal de sua casa
A estação meteorológica é uma ferramenta de suma importância para o aprendizado do estudante na sua prática, pois através dos seus aparelhos pode-se conseguir as informações em termos de temperatura, chuvas, pressão atmosférica e outros dados importantes para o monitoramento e previsão do tempo na Zona Oeste de Natal. Sendo a Estação um observatório de superfície convencional, onde terá um observador que será o responsável pela coleta desses dados. No caso, do Francisco Ivo será um grupo de alunos que farão essa observação. As informações coletadas serão utilizadas na caracterização climática da Zona Oeste de Natal, bem como propiciará um comparativo em relação às demais áreas da cidade, haja vista, o fenômeno da “ilha de calor” ocasionado pelo processo de verticalização da cidade, sobretudo nas áreas onde circulam maior poder aquisitivos, pois mediante a especulação imobiliária dessa região constantemente se proliferam grandes arranha-céus.
O Laboratório de Geoastronomia e a Mini Estação Meteorológica serão instalados na Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti (Figura 2), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID, sendo assim, a expectativa de inserção dessa ferramenta na formação de estudantes e professores no ensino de astronomia encontra-se pautada na vontade de superar dificuldades com relação aos conteúdos e sua vivência na prática, através de uma linguagem acessível, que tornarão o planejamento das atividades mais simples e com resultados mais positivos.
Segundo Sneider (1995) e Tem (1984) o estudo da astronomia vem tentando levar para a prática docente uma proposta para o ensino que sugere que os estudantes descubram os conceitos astronômicos por eles mesmos, utilizando-se principalmente de atividades práticas e simples, mas sempre levando em consideração suas próprias idéias e pensamentos a respeito do assunto que está sendo estudado. Isto está em conformidade com a proposta de ensino de Gil Perez (1999).
Nesse contexto, que se constitui a proposta, de propiciar ao estudante essa aproximação com um fator de importância imensurável para vida na Terra – o clima. Além disso, de instigar a pesquisa para que esses estudantes de nível médio, futuros graduados não sejam alvo do que analisou as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, onde indicam que um dos problemas a ser enfrentado nos cursos de graduação se refere ao tratamento dispensado à pesquisa.